sexta-feira, 29 de agosto de 2008

PERÍODO DEMOCRÁTICO 1945 – 1964

GOVERNO DE JUSCELINO (1956 – 1961)
Modernização e desnacionalização

Completando o período de governo dos substitutos de Vargas, foram realizadas novas eleições presidenciais em 1955. Os vencedores foram Juscelino Kubitschek de Oliveira para presidente e João Goulart para vice-presidente – ambos candidatos pela coligação PTB-PSD, partidos de origem getulista. Mais uma vez, a UDN, adversária do getulismo, foi derrotada.
Inconformados com a derrota, os udenistas tentaram um golpe para impedir a posse de Juscelino e de Goulart. Desenvolveram uma argumentação jurídica, dizendo que os candidatos vitoriosos recebiam apoio do comunismo internacional e não tinham a maioria absoluta dos votos.
Reagindo ao golpe da UDN, as forças do Ministério da Guerra – cujo ministro era o general Henrique Teixeira Lott – desmontaram a conspiração, garantindo a posse de Juscelino. Entretanto, a UDN não desistiu. Preparou um novo golpe, com a ajuda de alguns oficiais da Aeronáutica, que dominaram a cidade de Santarém, no Pará. Mas o movimento foi contido pelo governo e, numa prova de habilidade política, Juscelino anistiou os envolvidos na conspiração.

Desenvolvimento econômico e democracia
O lema do governo Juscelino era fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. Sua administração estava baseada no Plano de Metas, um programa que priorizava as obras de infra-estrutura e o estímulo à industrialização. Entre as principais realizações que marcaram esse governo, destacam-se:

· construção de usinas hidrelétricas (Furnas e Três Marias);

· implantação da indústria automobilística, que produziria mais de 300 mil veículos por ano, com 90% das peças fabricadas no Brasil;

· ampliação da produção de petróleo de 2 milhões para 5,4 milhões de barris;

· construção de 20 mil quilômetros de rodovias, entre elas a Belém-Brasília.

Além dessas obras, o governo Juscelino empenhou-se na construção da nova capital do país, Brasília. O plano urbanístico da cidade foi traçado por Lúcio Costa, e os projetos de arquitetura foram coordenados por Oscar Niemeyer. Depois de três anos de obras, Brasília foi inaugurada, em 21 de abril de 1960. milhares de trabalhadores pioneiros, os candangos, esforçaram-se noite e dia para concluir a obra ainda no governo de Juscelino.
O oeste, tal como ocorrera com a região sudeste, passou a ser visto por milhares de brasileiros excluídos economicamente como uma nova “terra prometida”.

Modernidade e desigualdade
O grande número de obras realizadas no governo Juscelino fez-se à custa de empréstimos e investimentos estrangeiros, além do sacrifício dos trabalhadores brasileiros. O governo internacionalizou a economia, aumentou a dívida externa e manteve os salários em níveis baixos. Permitiu que grandes empresas multinacionais instalassem suas filiais no país e controlassem importantes setores industriais, como os de eletrodomésticos, automóveis, tratores, produtos químicos e farmacêuticos e cigarros. Por isso, os nacionalistas diziam que a política econômica de Juscelino tinha a vantagem de ser modernizadora, mas o defeito de ser desnacionalizadora. Tem início, então, um processo que se desenvolve até o presente e que consiste em optar entre o nacionalismo ou a internacionalização da economia.
Os gastos com as grandes obras públicas ajudaram a elevar a inflação, prejudicando os assalariados, que reclamavam aumentos salariais.
Atraídos pelo desenvolvimento industrial, que se concentrava em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, milhões de brasileiros do campo continuavam migrando para as cidades em busca de emprego na indústria ou no setor de serviços. Em 1960, a população urbana brasileira já atingia cerca de 45% da população total do país. No entanto, a maioria, quando chegava às cidades, também encontrava miséria.
Na tentativa de desenvolver a região nordestina, Juscelino criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que, ao longo dos anos, obteve poucos resultados efetivos.

Anos dourados: a era do rádio
O governo de Juscelino é freqüentemente associado a grandes obras, como a construção de Brasília, e a um momento de prosperidade nacional que beneficiou sobretudo as elites e as classes médias. Isso podia ser percebido nos hábitos, nas preferências, no modo de pensar e no dia-a-dia das pessoas. O período ficou conhecido, romanticamente, como “anos dourados”.
Nessa época, a televisão dava seus primeiros passos, mas grande parte da população acompanhava os programas radiofônicos. As emissoras de rádio, junto com o teatro de revistas (espetáculo popular que se destacou pela sátira a aspectos da vida política, social e cotidiana. Compunha-se de cenas musicais, coreografias e diálogos) e as chanchadas cinematográficas (filme popular com enredo humorístico), foram os meios de comunicação mais populares do país. A indústria fonográfica e a publicidade estavam ligadas ao rádio, ao teatro de revista e ao cinema.
O rádio difundia informações e sonhos, acompanhando de perto o cotidiano social das grandes cidades. Por meio dele, a nova realidade das capitais era apresentada aos migrantes que vinham do campo e das pequenas cidades do interior. Além de divertir, o rádio funcionava como “escola de sociabilidade” das populações recém-chegadas aos grandes centros urbanos.
A programação das emissoras de rádio era diversificada: orações religiosas, programas humorísticos, musicais, novelas, noticiários etc. Mas o que mais se destacava eram os programas de estúdio com cantores-estrelas, como as irmãs Linda e Dircinha Batista, Marlene, Emilinha Borba, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Nora Ney e Jorge Goulart.
As músicas mais populares dessa época eram as marchinhas e o samba-canção. A maioria dos cantores participava ativamente do carnaval e empenhava-se para que seus sambas e marchinhas fizessem sucesso. Mas havia também outros gêneros musicais: o chorinho, a valsa, o frevo, o baião e o início da bossa-nova. Embora as escolas de samba fossem bastante populares, só mais tarde, impulsionadas pela televisão, foram transformadas em espetáculo de massa.

Democracia liberal
Juscelino realizou um governo que, de modo geral, garantiu aos brasileiros muitas liberdades democráticas. As diversas correntes políticas manifestaram suas idéias, exceto o Partido Comunista, mantido na ilegalidade. Durante o governo Juscelino não houve cidadãos presos por motivos políticos. Ao final do mandato, ocorreram eleições livres, que levaram à presidência da república Jânio da Silva Quadros, candidato eleito pela oposição.

2 comentários:

Anônimo disse...

acho q falta alguma coisa, mas tá bom!
vlw

Anônimo disse...

Meu livro de historia do 9° ano diz as mesmas coisas, sem tirar nem por. Eu gostaria de algo a mais, mas tudo isso eu já tenho .