CENTRO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
IGEO – DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
DISCIPLINA. PROJETO DE MONOGRAFIA
PROFESSORA. SUSANA MARA M. PACHECO
ANO. 2007/1
PROJETO DE MONOGRAFIA
A DIMENSÃO ESPACIAL DOS BONDES NA ÁREA CENTRAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
LUIZ CARLOS S. QUEIROZ
Apresentação
As atividades dos bondes ou carris como eram chamadas as companhias, que prestavam serviços de transportes na cidade do Rio de janeiro, remontam a meados do século XVIII, O primeiro bonde do Rio de Janeiro circula, puxado a burro, em 30 de janeiro de 1859, ligando o Largo do Rocio (atual Praça de Tiradentes) a um local perto da atual Usina, na Tijuca, num trajeto de 7 km de comprimento. A partir de então o bonde sofreu transformações importantes no que diz respeito ao modelo e força motriz. Assim, o objetivo consistirá em fazer um histórico do Bonde, periodizando as inovações no campo das técnicas por qual o bonde passou, ganhando alcance espacial e eficiência, modificando de forma plena as relações sociais da cidade.
O recorte temporal, ao qual o ponto de partida se refere ao evento da abertura da Avenida Central (atual Rio Branco). A escolha desse marco está de acordo com o que entendemos como principal acontecimento na escala do município e também no que diz respeito às inovações que se processaram na cidade, dentro do sistema capitalista na sua versão periférica.
O bonde elétrico foi responsável pelo deslocamento dos fluxos na cidade, possibilitou uma nova geografia da percepção no carioca, seguindo transformações sociais que vão ocorrendo pela apreensão dos lugares em que a vida pulsava, graças às inovações técnicas. Em 1905, a companhia The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Limited, canadiana, é autorizada a funcionar na cidade, para produzir energia elétrica gerada por força hídrica, sendo o objetivo promover a iluminação e a produção de eletricidade para fins industriais. Porém, em 1907, alegando a necessidade de eletrificação das linhas, ela estende o seu controle administrativo às principais companhias que operam os bondes no Centro e na Zona Norte da cidade. Esse controle sobre as companhias vai prosseguir até 1928. Passa, então a haver duas companhias a explorarem o sistema de bondes da cidade: a Companhia de Carris do Jardim Botânico, que opera os bondes da Zona Sul, e a Light nas Zonas Centro e Norte.
A iluminação de espaços públicos, sobretudo à noite, os empreendimentos como os cinemas, cafés e mesmo o mundo do trabalho foi à significativa mudança no hábito de vida do carioca, pois a eliminação dos espaços opacos e soturnos trouxe segurança permitindo pulsar à vida também à noite.
No decorrer do século XX, o bonde passou por inovações que buscavam aperfeiçoar o serviço, tais transformações se realizaram do ponto de vista, da fonte energética e modo de operacionalização. Porém, Na segunda metade da década de 40 começa o declínio do sistema de bondes elétricos na cidade: a Light começa a alegar prejuízo no serviço. E, na década seguinte, apesar da população da cidade ter um aumento de cerca de 50%, o número de carros em operação é visivelmente menor.
No ano de 1960 termina a concessão da Cia. Jardim Botânico; o governo do Estado intervém e assume o controle do serviço. Mas, não só não resolve a questão da oferta de bondes à população que deles necessitava para se deslocar, como vem apressar a sua desativação. Estamos na época em que à ideologia do desenvolvimento, propalada pelas pressões dos grupos interessados no aumento do consumo do combustível e no incremento da indústria automobilística, consideram o bonde como um transporte lento, obsoleto - um verdadeiro obstáculo ao progresso - e que rapidamente deve ser substituído por um meio de transporte mais racional, econômico e que desafogue o trânsito da cidade.
Alguma tentativa frustrada se efetivara, mas sem nenhum êxito como a circulação de veículo de tração elétrica, aproveitando alguma da infra-estrutura existente, durante alguns anos circula pela Zona Sul da cidade alguns trolleybus. Contudo a trajetória dos transportes na cidade já estava concedida e os passos para sua substituição se davam de forma gradual com o implemento dos automóveis movidos a matriz energética do petróleo, os ônibus começavam a circular e fazer o papel outrora dos bondes, com menos charme e beleza, inerentes aos bondes, que na memória dos cariocas do tempo do bonde se recordam dos carnavais com muita nostalgia e saudade.
Objetivos
1. Elaborar um histórico dos bondes, a partir das fontes bibliográficas da abertura da Avenida Rio Branco, buscando as transformações técnicas e ideológicas, que fizeram parte dos inicio dos transportes publico na cidade do Rio de Janeiro.
2. Estabelecer periodização das inovações que ocorreram para funcionamento dos bondes a partir de quadro resumo já realizado junto aos periódicos da biblioteca do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
3. Identificar as áreas da cidade por onde se estendeu a malha de circulação das linhas e seus itinerários, para isso, contará com consulta ao o acervo da Light para nortear o trabalho.
4. Pesquisar as relações sociais que se modificaram com a implementação do transporte na cidade, buscando entender a dinâmica da função central da área central da cidade a partir da geografia dos transportes.As atividades dos bondes ou carris como eram chamadas as companhias, que prestavam serviços de transportes na cidade do Rio de janeiro, remontam a meados do século XVIII, O primeiro bonde do Rio de Janeiro circula, puxado a burro, em 30 de janeiro de 1859, ligando o Largo do Rocio (atual Praça de Tiradentes) a um local perto da atual Usina, na Tijuca, num trajeto de 7 km de comprimento. A partir de então o bonde sofreu transformações importantes no que diz respeito ao modelo e força motriz. Assim, o objetivo consistirá em fazer um histórico do Bonde, periodizando as inovações no campo das técnicas por qual o bonde passou, ganhando alcance espacial e eficiência, modificando de forma plena as relações sociais da cidade.
O recorte temporal, ao qual o ponto de partida se refere ao evento da abertura da Avenida Central (atual Rio Branco). A escolha desse marco está de acordo com o que entendemos como principal acontecimento na escala do município e também no que diz respeito às inovações que se processaram na cidade, dentro do sistema capitalista na sua versão periférica.
O bonde elétrico foi responsável pelo deslocamento dos fluxos na cidade, possibilitou uma nova geografia da percepção no carioca, seguindo transformações sociais que vão ocorrendo pela apreensão dos lugares em que a vida pulsava, graças às inovações técnicas. Em 1905, a companhia The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Limited, canadiana, é autorizada a funcionar na cidade, para produzir energia elétrica gerada por força hídrica, sendo o objetivo promover a iluminação e a produção de eletricidade para fins industriais. Porém, em 1907, alegando a necessidade de eletrificação das linhas, ela estende o seu controle administrativo às principais companhias que operam os bondes no Centro e na Zona Norte da cidade. Esse controle sobre as companhias vai prosseguir até 1928. Passa, então a haver duas companhias a explorarem o sistema de bondes da cidade: a Companhia de Carris do Jardim Botânico, que opera os bondes da Zona Sul, e a Light nas Zonas Centro e Norte.
A iluminação de espaços públicos, sobretudo à noite, os empreendimentos como os cinemas, cafés e mesmo o mundo do trabalho foi à significativa mudança no hábito de vida do carioca, pois a eliminação dos espaços opacos e soturnos trouxe segurança permitindo pulsar à vida também à noite.
No decorrer do século XX, o bonde passou por inovações que buscavam aperfeiçoar o serviço, tais transformações se realizaram do ponto de vista, da fonte energética e modo de operacionalização. Porém, Na segunda metade da década de 40 começa o declínio do sistema de bondes elétricos na cidade: a Light começa a alegar prejuízo no serviço. E, na década seguinte, apesar da população da cidade ter um aumento de cerca de 50%, o número de carros em operação é visivelmente menor.
No ano de 1960 termina a concessão da Cia. Jardim Botânico; o governo do Estado intervém e assume o controle do serviço. Mas, não só não resolve a questão da oferta de bondes à população que deles necessitava para se deslocar, como vem apressar a sua desativação. Estamos na época em que à ideologia do desenvolvimento, propalada pelas pressões dos grupos interessados no aumento do consumo do combustível e no incremento da indústria automobilística, consideram o bonde como um transporte lento, obsoleto - um verdadeiro obstáculo ao progresso - e que rapidamente deve ser substituído por um meio de transporte mais racional, econômico e que desafogue o trânsito da cidade.
Alguma tentativa frustrada se efetivara, mas sem nenhum êxito como a circulação de veículo de tração elétrica, aproveitando alguma da infra-estrutura existente, durante alguns anos circula pela Zona Sul da cidade alguns trolleybus. Contudo a trajetória dos transportes na cidade já estava concedida e os passos para sua substituição se davam de forma gradual com o implemento dos automóveis movidos a matriz energética do petróleo, os ônibus começavam a circular e fazer o papel outrora dos bondes, com menos charme e beleza, inerentes aos bondes, que na memória dos cariocas do tempo do bonde se recordam dos carnavais com muita nostalgia e saudade.
Objetivos
1. Elaborar um histórico dos bondes, a partir das fontes bibliográficas da abertura da Avenida Rio Branco, buscando as transformações técnicas e ideológicas, que fizeram parte dos inicio dos transportes publico na cidade do Rio de Janeiro.
2. Estabelecer periodização das inovações que ocorreram para funcionamento dos bondes a partir de quadro resumo já realizado junto aos periódicos da biblioteca do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
3. Identificar as áreas da cidade por onde se estendeu a malha de circulação das linhas e seus itinerários, para isso, contará com consulta ao o acervo da Light para nortear o trabalho.
Questionamentos
1. De que forma os bondes, principal meio de transporte coletivo de então (1905 – 1960). Influenciou o papel de centralidade da Avenida Central (atual Rio Branco)?
2. Como se efetuou as inovações técnicas no âmbito dos transportes urbanos (caso do bonde)?
3. Que transformações nas relações sociais na vida da cidade do Rio de Janeiro, se processaram com o avanço dos transportes, em alcance e eficiência. E o papel da avenida como pólo concentrador dos fluxos?
Metodologia
1. Investigação da história dos bondes através das fontes documentais, disponíveis em bibliotecas e arquivos públicos
2. Tratamento estatístico e cartográfico das informações para melhor compreender a dinâmica espacial servido exclusivamente por esse meio de transporte
3. Quadro resumo das principais transformações de ordem das inovações técnicas que se efetivaram na área central que serviram de infra-estrutura para circulação de bondes
4. Trabalho de campo na área central a procura dos vestígios das vias de circulação ou marcas da paisagem que denotam esse tempo em que a circulação no centro se fazia pelos bondes
Bibliografia
ABREU, Maurício A. Evolução Urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, IPLANRIO, 1997.
- Sobre a Memória das Cidades. Revista Território, ano III, n° 4, jan/jun. Rio de Janeiro, LAGET/ UFRJ/ Garamond, 1998.
CATANHEDE, L. Pneu Versus Trilhos. Revista Brasileira de Engenharia. Rio de Janeiro. p. 62. ago.1937
MENDONÇA, Leila Lobo de. Cidade em Movimento – Energia elétrica e meios de Transporte na Cidade do Rio de Janeiro/ Centro de Memória da Eletricidade, RJ: Memória da Eletricidade, 144p, 2001.
DUNLOP, Charles Julius, Os meios de Transporte do Rio Antigo, serviço de documentação, RJ, Centro de Documentação da Light, 96p, 1972.
LACOSTE, Yves, A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra,
QUEIROZ, L. C. Silva, Relatório de Pesquisa – PIBIC/ UERJ, 2007.
PACHECO, Susana Mara Miranda. O Mundo dos Serviços no Centro do Rio: Avenida Rio Branco e Adjacências. Projeto de Pesquisa. Departamento de Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2003.
SANTOS, Milton. Técnica Espaço Tempo: globalização e meio técnico - cientifico informacional. São Paulo, Hucitec, 1997
- Natureza do Espaço. São Paulo, Hucitec, 1999